Mais da metade (53,4%) das empresas de médio e grande porte no Brasil já perceberam resultados claros e mensuráveis com o uso da inteligência artificial no último ano. A informação é de um estudo do IDC encomendado pela Intel sobre a maturidade da IA nas Américas que teve um resultado prévio apresentado na Amcham (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), em São Paulo, nesta quinta-feira, 29.
Feita em maio deste ano com 400 empresas do Brasil, Canadá, México e Estados Unidos, o recorte nacional mostrou que entre as melhorias vistas com IA estão: aumento da eficiência operacional; mais agilidade aos negócios na sequência; melhora na produtividade dos funcionários; e inovação mais rápida.
Em tecnologias e arquiteturas, 59% das companhias médias e grandes brasileiras trabalham com IA generativa, 55% com IA tradicional e 15% com IA agêntica. Segundo Pietro Dalai, diretor de pesquisas de enterprise no IDC América Latina, isso mostra que “não há bala de prata” em inteligência artificial e que cada tecnologia depende do uso a ser destinado.
As principais barreiras enxergadas pelos profissionais em IA no país são: custos (34%), propriedade intelectual e controle de dados (33%), falta de conhecimento (26%) e viés e acuracidade dos dados (26%).
Pesquisa do IDC Investimentos em IA
Outro dado do estudo revela que 14% do orçamento das empresas está destinado para computação de borda (edge computing, no original em inglês). Até o final do ano, a maioria dos empresários brasileiros acreditam que esse percentual poderá chegar a 15%.
Porém, 50% dos entrevistados creem que segurança é o que demanda mais investimento no desenvolvimento com inteligência artificial.
Dados e maturidade – Brasil x Américas
De acordo com dados prévios da pesquisa, 52% é a média do volume de dados que as empresas disponibilizam para uso em modelos de IA. Na média, o IDC notou que menos de 10% dizem que têm todos os dados disponíveis para uso com inteligência artificial, se comparado com os demais países das pesquisas está quatro pontos percentuais abaixo da média de 14%.
Dalai explicou que as barreiras para as empresas não colocarem mais dados à disposição de treino de modelo de IA são os sistemas legados, dados ruins, mas também o problema cultural de algumas áreas que querem reter seus dados e conhecimento em silos.
Em relação à maturidade que considerou políticas públicas, infraestrutura e educação, a comparação da América com o Brasil ficou:
- 64% dos empresários brasileiros consideram as políticas públicas locais boas contra 78% dos outros três países;
- 60% veem a infraestrutura do Brasil boa para IA ante 72% nos outros países;
- 12% dos brasileiros acham que a educação no Brasil é ruim para habilitar IA, contra 7,1% nos EUA, 2% no Canadá e 6% no México.
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