Após operação, PL e militares ligados a Bolsonaro tentam se afastar de general preso

Alvo da operação que investiga um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o general da reserva Mário Fernandes atuou em diversos locais comandados por bolsonaristas e se manteve em cargos políticos ainda neste ano. Após a prisão deflagrada pela Polícia Federal, no entanto, todos tentam se afastar do militar.

Fontes relataram à CNN que Mário Fernandes era muito próximo do então ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto. O general teria sido a ponte para a entrada dele no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante o governo Bolsonaro, o militar foi secretário-executivo e chegou a assumir de forma interina a Secretária-geral da Presidência, quando comandada pelo também general Luiz Eduardo Ramos. A partir daí, teria ganhado a confiança do ex-presidente.

Após a troca de governo, Mário Fernandes passou a trabalhar no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ). Questionado, o parlamentar afirmou que manteve o general como assessor de 28 de março de 2023 a 04 de março de 2024, “quando foi identificado seu impedimento para exercer cargo público”.

Também em uma tentativa de se afastar como um todo do general, a liderança do PL na Câmara dos Deputados divulgou nota informando que o referido cidadão não possui qualquer vínculo com o Partido Liberal.

“A Liderança do PL na Câmara reafirma seu compromisso com a ética e a legalidade na gestão de seus quadros e na condução de suas atividades”, completa o comunicado.

De acordo com interlocutores, após a operação, dentro do PL, a ordem é deixar claro que os alvos da operação da PF desta terça teriam apenas relação com as Forças Armadas e não com o partido de forma institucional.

A CNN também tenta contato com a defesa de Mário Fernandes, mas ainda não teve retorno. No início do ano, em depoimento à PF, o general da reserva optou por ficar em silêncio.

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