A partir desta quarta-feira, 12 de março de 2025, entram em vigor as tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre as importações de aço e alumínio provenientes do Brasil e de outros países. A medida, confirmada pela Casa Branca na última terça-feira (11), foi anunciada como parte de uma política comercial ampla, que não prevê exceções ou isenções para nenhum parceiro comercial, impactando diretamente nações exportadoras como o Brasil, um dos maiores fornecedores desses produtos ao mercado norte-americano.
Contexto da decisão
A imposição das tarifas é uma continuidade das políticas protecionistas defendidas pelo governo do presidente Donald Trump, que retornou ao poder em 2025. Durante sua primeira gestão, entre 2017 e 2021, medidas semelhantes já haviam sido aplicadas, mas foram parcialmente suspensas ou negociadas com alguns países, incluindo o Brasil. Desta vez, no entanto, a Casa Branca optou por uma abordagem mais rígida, justificando a ação como uma forma de proteger a indústria siderúrgica americana e reduzir a dependência de materiais importados.
Em comunicado oficial, o governo dos EUA afirmou que as tarifas visam “fortalecer a segurança econômica nacional” e responder às pressões do mercado interno, onde trabalhadores e empresas do setor têm demandado maior proteção contra a concorrência estrangeira. A decisão foi antecipada em fevereiro, mas a confirmação oficial só veio nesta semana, gerando reações imediatas no cenário internacional.
Impactos para o Brasil
O Brasil, que exporta cerca de 4,5 milhões de toneladas de aço e alumínio por ano para os EUA, será significativamente afetado. Segundo especialistas do setor, a tarifa de 25% pode encarecer os produtos brasileiros no mercado americano, reduzindo sua competitividade frente a fornecedores domésticos ou de países que eventualmente negociem acordos específicos no futuro. Em 2024, os EUA responderam por aproximadamente 30% das exportações brasileiras de aço, o que torna a medida um golpe considerável para a economia nacional.
Representantes da indústria brasileira já manifestaram preocupação. O Instituto Aço Brasil (IABr), que reúne as principais siderúrgicas do país, classificou a decisão como “unilateral e injustificada”, argumentando que o Brasil não representa uma ameaça à segurança americana, mas sim um parceiro comercial estratégico. “Vamos buscar diálogo com o governo brasileiro para avaliar medidas de mitigação”, declarou um porta-voz da entidade.
Reações e perspectivas
No âmbito político, o governo brasileiro ainda não emitiu uma posição oficial, mas fontes indicam que o Ministério da Economia e o Itamaraty devem se reunir nos próximos dias para analisar os impactos e definir estratégias. Entre as possibilidades, estão a negociação de cotas de exportação, como ocorreu em 2018, ou a imposição de tarifas retaliatórias sobre produtos americanos importados pelo Brasil, como já foi cogitado em episódios anteriores.
Economistas alertam que o cenário pode pressionar ainda mais a balança comercial brasileira, que já enfrenta desafios com a valorização do dólar e a queda nos preços de algumas commodities. “O Brasil precisará diversificar seus mercados ou buscar acordos bilaterais para compensar essa perda”, avalia Mariana Costa, analista de comércio internacional.
Um mercado em transformação
A entrada em vigor das tarifas marca um novo capítulo nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, reacendendo debates sobre protecionismo e globalização. Enquanto os EUA reforçam suas barreiras, o Brasil e outros países exportadores terão de se adaptar a um mercado global cada vez mais fragmentado. Por ora, o dia 12 de março de 2025 fica registrado como um marco de incertezas para o setor siderúrgico nacional, com os olhos voltados para as próximas ações do governo e da indústria.
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