Em uma fusão inovadora de tradição e inovação, produtores de café de Santa Catarina estão explorando um novo nicho no mercado do café gourmet com o lançamento de um produto único: o café de pinhão. Este café, que mistura os grãos de café com a semente do pinhão, tem se destacado não apenas pelo sabor distinto, mas também pelo seu valor de mercado, podendo custar até R$ 80 por quilo.
A ideia surgiu da necessidade de valorizar produtos regionais e de criar uma nova experiência sensorial para os consumidores. A Serra Catarinense, conhecida pela produção de pinhão, fornece o ingrediente principal que, quando torrado e misturado com os grãos de café, resulta em um sabor que combina a robustez do café com o toque terroso e ligeiramente doce do pinhão.
José Almeida, um dos produtores pioneiros desta inovação, explica que “o café de pinhão não é apenas um novo produto, mas uma forma de celebrar a identidade cultural e gastronômica de Santa Catarina”. O processo de produção é meticuloso, envolvendo a seleção das melhores sementes de pinhão, torra cuidadosa e uma proporção equilibrada com os grãos de café para garantir um sabor harmonioso.
O café de pinhão tem atraído a atenção de cafeterias especializadas e consumidores curiosos por novas experiências de sabor. Além de seu preço elevado, que reflete a qualidade e a exclusividade do produto, ele também é visto como um item de luxo na crescente cultura do café especial no Brasil.
A comercialização deste café é, no entanto, limitada pela sazonalidade do pinhão, que é colhido principalmente entre abril e julho. Isso contribui para a exclusividade e para o preço elevado, já que os produtores precisam estocar e conservar os pinhões adequadamente para poderem produzir o café ao longo do ano.
Com a crescente apreciação por cafés especiais, os produtores de Santa Catarina esperam expandir a produção e distribuição deste café de pinhão, explorando mercados nacionais e talvez internacionais. A iniciativa também tem sido bem recebida por aqueles que valorizam a sustentabilidade, uma vez que promove o uso de recursos locais e a valorização da agricultura familiar.
No entanto, o desafio reside na educação do consumidor sobre este novo produto. “É necessário criar uma cultura em torno do café de pinhão, para que as pessoas não só experimentem, mas também entendam e valorizem a complexidade e o trabalho por trás de cada xícara”, afirma Maria Silva, proprietária de uma cafeteria que já oferece o café de pinhão em seu menu.
Este movimento de inovação no café de Santa Catarina pode ser o início de uma nova tendência no mercado brasileiro de cafés especiais, onde o regionalismo e a inovação se unem para oferecer experiências únicas ao paladar dos amantes de café.
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