Após as duras críticas do pastor Silas Malafaia ao ministro Alexandre de Moraes durante um ato na Avenida Paulista no último domingo, 6 de abril de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) demonstrou coesão interna, reafirmando a união entre seus ministros. Em discurso inflamado, Malafaia chamou Moraes de “ditador de toga” e questionou até quando os demais integrantes da Corte continuariam a respaldá-lo, acusando-o de comprometer a reputação do tribunal.
O evento, que reuniu apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em defesa da anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, teve como um dos alvos principais o STF, com Moraes sendo o foco das críticas mais contundentes. O pastor chegou a afirmar que o ministro transforma o STF em um “Supremo Tribunal da Injustiça e da politicagem barata”, pedindo aos outros magistrados que não permitam a deterioração da imagem da instituição.
Apesar da pressão externa, fontes próximas ao STF indicam que os ministros, em conversas reservadas após o ato, reforçaram seu compromisso com a unidade da Corte. A coesão foi simbolicamente demonstrada em decisões recentes, como a votação da Primeira Turma do STF em 26 de março, que alinhou Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin na admissão de um processo contra Bolsonaro e outros réus ligados aos eventos de 8 de janeiro. Tal alinhamento sugere que as críticas de Malafaia não conseguiram abalar a harmonia interna do tribunal.
O ato na Paulista, que contou com a presença de figuras como Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e outros líderes bolsonaristas, buscou pressionar o Congresso a aprovar um projeto de anistia e, ao mesmo tempo, desafiar a atuação do Judiciário. No entanto, a resposta do STF parece indicar que a Corte segue firme em sua posição, mantendo-se como um contraponto às narrativas levantadas no evento. Enquanto isso, a população acompanha os desdobramentos, com o julgamento de réus do 8 de janeiro ainda em curso e o debate sobre a anistia ganhando força no cenário político nacional.
