Venezuela vai revisar prisões em protestos após eleições contestadas

O Ministério Público da Venezuela anunciou que vai revisar os casos de 225 pessoas presas durante os protestos que ocorreram após as eleições presidenciais de 28 de julho, cujos resultados foram contestados. O procurador-geral, Tarek William Saab, informou que a revisão faz parte de uma iniciativa para promover a paz e os direitos humanos no país, mas não detalhou quais mudanças podem ocorrer.

Segundo Saab, a decisão foi tomada com base em novas investigações e evidências. Ele destacou que o objetivo principal é permitir o reagrupamento familiar dos detidos.

O presidente Nicolás Maduro havia solicitado na última segunda-feira (11) que o Ministério Público e os juízes revisassem possíveis erros nos processos dos detidos. No dia seguinte, familiares dos presos se reuniram com o procurador, onde discutiram a possibilidade de medidas alternativas ou até mesmo o arquivamento dos casos.

A ONG Foro Penal Venezolano divulgou que 1.976 pessoas estão detidas por motivos políticos no país, sendo 1.848 dessas prisões realizadas após as eleições. Deste total, 1.671 permanecem encarceradas.

Os protestos começaram após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarar Maduro vencedor sem apresentar provas técnicas do resultado. Maduro acusou os manifestantes de tentar causar desordem e afirmou que 2.500 pessoas foram detidas durante as manifestações.

Leia Também