Seguindo a regra que criei que a cada duas semanas o mercado de inteligência artificial solta uma novidade de impacto, a nova mania do mercado é o Manus AI (Android, iOS) um app de origem asiática que foi lançado em março deste ano que tem como intuito mudar a interação entre humanos e máquinas.
Do latim ‘mão’, Manus foi criado pela startup Butterfly Effect. O aplicativo funciona como um agente geral de IA autônomo e está baseado em grandes modelos de linguagem (LLM) como Claude Sonnet (3.5) e o Alibaba Qwen, o que permite dar respostas em tempo real e buscando na web. Mais recentemente firmou parceria com a Microsoft via Azure AI.
Em vídeo publicado no X, Yichao Ji, cofundador e cientista-chefe da Manus AI, o app é diferente dos outros chatbots, pois visa trazer resultados onde outras IAs deixam de trazer ideias.
Modo de uso do Manus
O TechCrunch fez alguns testes e relatou crashes em pedidos, como ao pedir para agendar um voo ou comprar um sanduíche. Por aqui, eu fiz testes similares e o Manus conseguiu me mostrar opções, mas reforça que apenas direciona o usuário para os sites de compras, como Kayak e iFood.
Mas o que mais me chamou a atenção é a possibilidade de Manus fazer sites. Em uma das primeiras provas que fiz, o app criou uma página simples combinando áudio de pássaros com barulhos da cidade, a partir de conteúdo livre da Internet e publicou este site.
Outra coisa que pedi foi para fazer um chatbot para o WhatsApp como um mestre de RPG de mesa (estilo D&D) que responderia aos outros jogadores, o agente estruturou em seis etapas: sistemas de regras; criação de cenário; guia de criação de personagens; fluxo de interação com o robô de conversação; e a primeira aventura.
Em seguida anexou todos os arquivos e pediu minha autorização para prosseguir. Confirmei. O robô gerou os arquivos e sugeriu a criação de uma página na web no formato REACT – o mesmo que a Netflix usa, por exemplo. Também é bem interessante e rápida a criação de imagens. O app consegue tanto gerar imagens a partir de pedidos do prompt, como editar e transformar imagens que o usuário adiciona na conversa em pôsteres.
Pedidos simples, como comparar preço ou comprar um sanduíche e até criar o chatbot são rápidos, demoram menos de 1 minuto. Por sua vez, a configuração de uma página na web ou pedir para estruturar um texto mais científico pode demorar um tempinho, como dez a quinze minutos.
No geral, o Manus AI extrapola o que a maioria dos apps de IA generativa faz hoje. Mas ainda não é um agente completo que auxilia o usuário e automatiza as tarefas no dia a dia, mas está no caminho. Ainda há uma série de casos de uso a serem explorados que envolvem dados, criação de páginas e conteúdo enriquecido.
Modelo de negócios
Uma coisa que achei bem legal do app é que ele tem um sistema de créditos e deixa bem claro para o usuário sobre seus gastos. Ou seja, nada de ‘surpresa, seus créditos acabaram. Volte amanhã ou pague a nossa assinatura’. Inicialmente, no acesso gratuito, o app dá 1 mil créditos quando o usuário se cadastrar com e-mail, conta do Google ou da Apple.
Também adiciona 100 créditos a cada acesso diário.
A depender do volume de requisições, um pedido pode gastar de 200 a 500 créditos. Por exemplo, acessando quase todo dia na última semana, eu não estourei o limite e sigo com 1 mil créditos. Ainda assim, se desejar, o Manus tem opção de assinatura que dá mais 300 créditos por dia e 1,9 mil créditos mensais começando em R$ 99 por mês, mas pode chegar a R$ 1 mil na versão mais completa.
Imagem principal: Ilustração produzida por Mobile Time com IA
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