A infraestrutura do Brasil enfrenta um cenário de estagnação crônica, com investimentos insuficientes até mesmo para manter o que já existe. Rodovias esburacadas, pontes em risco de colapso, portos operando no limite e uma malha ferroviária que cobre apenas uma fração do território nacional são sintomas de um problema que se arrasta por décadas.
O país, que já foi celebrado por grandes obras como a transposição do rio São Francisco e a construção de Brasília, hoje luta para preservar o básico. Dados do Banco Mundial indicam que o Brasil investe cerca de 2% do PIB em infraestrutura, número bem abaixo dos 5% a 7% recomendados para nações em desenvolvimento com ambições de crescimento. Países como China e Índia, por exemplo, destinam percentuais muito maiores, o que explica suas redes de transporte e energia mais robustas.
A falta de recursos não é o único entrave. A burocracia, a corrupção e a má gestão corroem o pouco que é investido. Projetos de concessão, que poderiam atrair capital privado, muitas vezes esbarram em instabilidade jurídica ou em exigências que afastam investidores. Enquanto isso, o custo da ineficiência se acumula: o transporte de mercadorias encarece, a produtividade das empresas cai e a população sofre com serviços precários.
O governo federal anunciou planos para aumentar os investimentos, mas os cortes orçamentários e a pressão por equilíbrio fiscal limitam as promessas. Sem uma estratégia clara para priorizar obras essenciais e sem um ambiente que incentive parcerias público-privadas, o Brasil corre o risco de continuar patinando. A infraestrutura, que deveria ser motor de desenvolvimento, segue como um peso, incapaz de sustentar as necessidades de um país continental.
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