No dia 23 de março de 2025, Salah al-Bardaweel, um importante líder político do Hamas, foi morto em um ataque aéreo israelense na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. A informação foi confirmada pelo próprio Hamas, que também relatou a morte da esposa de Bardaweel no mesmo bombardeio. O ataque é parte de uma nova onda de operações militares de Israel na região, que retomou os confrontos após um cessar-fogo de dois meses ter sido abandonado na última semana. O caso reacende o debate sobre os rumos do conflito, que já deixou mais de 50 mil mortos em quase 18 meses, segundo autoridades palestinas.
Bardaweel era uma figura conhecida na estrutura política do Hamas, integrante do chamado “escritório político”, o principal órgão decisório do grupo. Ao longo dos anos, ele ocupou cargos como chefe da delegação em negociações de trégua com Israel em 2009 e liderou o escritório de mídia do Hamas em 2005. O grupo militante lamentou a perda, afirmando que “o sangue de Bardaweel e de sua esposa continuará alimentando a batalha pela libertação e independência”. O ataque que o vitimou ocorreu em uma tenda onde o casal estava abrigado, em uma área próxima a Khan Younis, segundo o Hamas.
A ofensiva israelense, que começou na terça-feira (18 de março), já resultou em dezenas de mortes apenas neste fim de semana. Hospitais no sul de Gaza reportaram pelo menos 30 vítimas fatais em bombardeios em Khan Younis e Rafah, incluindo mulheres e crianças, além de três funcionários municipais. Enquanto isso, Israel justifica a retomada das operações como uma forma de pressionar o Hamas a libertar reféns ainda em seu poder — cerca de 58, segundo o governo israelense. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem reiterado que o objetivo principal da guerra é “destruir o Hamas como entidade militar e governamental”.
O conflito, que teve início em 7 de outubro de 2023 com um ataque do Hamas que matou 1.200 pessoas em Israel e levou mais de 250 reféns, já forçou milhares de moradores de Gaza a fugirem novamente de suas casas. Autoridades palestinas e organizações internacionais alertam para o risco de uma crise humanitária ainda mais grave, com a possibilidade de fome se agravando no enclave. Apesar disso, o Hamas afirma estar aberto a negociações e diz estudar propostas mediadas por enviados dos Estados Unidos.
A morte de Bardaweel é mais um golpe para a liderança do Hamas, que já perdeu figuras importantes como Ismail Haniyeh e Yahya Sinwar em ataques anteriores. Para a população de Magé e do Brasil, que acompanha o noticiário internacional, o caso é um lembrete da complexidade do conflito no Oriente Médio, onde cada nova vítima, seja civil ou líder, alimenta um ciclo de violência que parece longe do fim. As próximas semanas serão cruciais para entender se essa escalada levará a mais destruição ou a um novo esforço por paz.
Share via: