Neste domingo, 23 de março de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou em Tóquio, Japão, acompanhado de uma comitiva que mais parece um trem da alegria bancado pelo contribuinte brasileiro. Entre os passageiros estão os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além dos ex-presidentes das duas Casas, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), 11 ministros e uma leva de parlamentares e empresários. A justificativa oficial? Ampliar parcerias comerciais na Ásia. Mas o que se vê é um grupo privilegiado de políticos aproveitando uma viagem internacional às custas do povo, enquanto o Brasil enfrenta desafios econômicos e sociais que exigem atenção urgente.
A comitiva, que saiu de Brasília no sábado (22) a bordo de um KC-30 da Força Aérea Brasileira, inclui nomes de peso do Centrão e aliados do governo, como se fosse uma recompensa por fidelidade política. Hugo Motta e Davi Alcolumbre, recém-eleitos para comandar o Congresso, mal assumiram seus cargos e já embarcam nessa excursão, acompanhados de seus antecessores, Lira e Pacheco, que parecem não querer largar o osso do poder. Junto a eles, 11 ministros — de Relações Exteriores a Portos e Aeroportos — e mais de 100 empresários completam o séquito, que deve passar por Tóquio e Hanói, no Vietnã, até o dia 30. Tudo isso em nome de “diversificar negócios” e “equilibrar a guerra comercial entre China e EUA”. Mas quem acredita nisso?
Enquanto o governo Lula vende a viagem como uma missão estratégica, os brasileiros que pagam a conta têm motivos de sobra para desconfiar. O país está às voltas com uma economia fragilizada, inflação persistente e promessas não cumpridas, como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, que ainda patina no Congresso. Em vez de ficar em Brasília articulando soluções, o presidente prefere levar seus aliados para um giro asiático, com direito a audiência com o imperador Naruhito e jantar no Palácio Imperial. É um contraste gritante: aqui, famílias lutam para colocar comida na mesa; lá, a elite política desfruta de honrarias e banquetes.
E o custo dessa aventura? Não há transparência sobre os gastos totais, mas o uso de uma aeronave de grande porte como o KC-30, somado às diárias de dezenas de políticos e assessores, certamente não sai barato. Isso sem falar nos empresários que pegam carona na comitiva, muitos deles provavelmente mais interessados em lobby e networking do que em resultados concretos para o Brasil. A promessa de abrir o mercado japonês para a carne bovina brasileira é bonita no papel, mas o histórico de viagens internacionais do governo Lula — como a ida à China em 2023, que rendeu mais fotos do que acordos firmes — deixa dúvidas sobre o retorno real desse investimento.
A presença de Motta, Alcolumbre, Pacheco e Lira na comitiva só reforça a sensação de que o Congresso virou um apêndice do Planalto. Em vez de fiscalizar o Executivo, como manda a Constituição, esses líderes parecem mais preocupados em garantir seu lugar ao sol na política de favores. O povo, enquanto isso, fica com as migalhas: promessas vagas, inflação alta e um governo que prefere desfilar no exterior a resolver os problemas de casa. A viagem ao Japão pode até render boas fotos e discursos, mas, para o brasileiro comum, é só mais uma prova de que os interesses da casta política estão muito acima dos nossos.
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