Em uma decisão que muitos veem como um ataque à liberdade e à democracia, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou mais uma vez a devolução do passaporte ao ex-presidente Jair Bolsonaro, impedindo-o de comparecer à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro de 2025. Essa decisão, tomada sem aparente justificativa clara além das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe, foi vista como mais um capítulo na perseguição política contra Bolsonaro, que continua sendo alvo de medidas cautelares sem precedentes em sua vida pós-presidencial.
Jair Bolsonaro, que sempre se destacou por seu posicionamento conservador e sua defesa da soberania nacional, foi destituído do direito de representar o Brasil em um evento de importância global, reforçando a imagem de um país onde o Judiciário atua com viés político. Em resposta a essa decisão, Bolsonaro anunciou que sua esposa, Michelle Bolsonaro, viajará para Washington para representá-lo e, de certa forma, o Brasil, na cerimônia de posse. A decisão de enviar Michelle é vista como um ato simbólico de resistência contra o que muitos chamam de “autoritarismo judicial” de Moraes.
Michelle Bolsonaro, que já demonstrou ser uma figura política de peso com sua liderança no PL Mulher, embarcou para os EUA na manhã deste sábado, 18 de janeiro, partindo de Brasília. Ao chegar ao aeroporto, Michelle não escondeu sua indignação com a situação, afirmando que seu marido é alvo de uma perseguição política orquestrada por aqueles que têm “medinho” dele. “Deus vai ter misericórdia da nossa nação. Meu marido está sendo perseguido, assim como aqueles que Deus envia serão perseguidos”, declarou Michelle, evidenciando a visão de que a decisão de Moraes é mais uma tentativa de silenciar um líder conservador de grande influência.
A decisão de Moraes não só priva Bolsonaro de um direito básico como cidadão, mas também coloca o Brasil em uma posição diplomática constrangedora. Enquanto líderes de diversos países confirmaram presença na posse de Trump, o Brasil será representado por uma figura que, embora importante, não possui o peso institucional de um ex-presidente eleito democraticamente. Isso pode ser interpretado como um sinal de fraqueza ou instabilidade política interna, algo que prejudica a imagem do país no cenário internacional.
Criticas à decisão de Moraes não se restringem apenas aos apoiadores de Bolsonaro. Juristas e analistas políticos têm questionado a legalidade e a motivação por trás da retenção do passaporte do ex-presidente, especialmente quando se considera que ele não está preso e não há evidências conclusivas de crimes que justificassem tal medida. A insistência de Moraes em manter Bolsonaro sob tais restrições é vista por muitos como um abuso de poder, evidenciando uma batalha política travada através do judiciário.
A presença de Michelle Bolsonaro na posse de Trump, portanto, não é apenas uma representação pessoal de seu marido, mas um ato de resistência contra o que muitos no Brasil veem como uma tentativa de supressão da oposição política. Esta situação coloca em xeque a integridade do sistema judicial brasileiro e levanta sérios questionamentos sobre a democracia no Brasil, onde o direito de ir e vir parece ser um privilégio condicionado ao alinhamento político.
Share via: