Nicolás Maduro Toma Posse para Terceiro Mandato na Venezuela em Cerimônia Marcada por Controvérsias

Nesta sexta-feira, 10 de janeiro de 2025, Nicolás Maduro foi empossado para um terceiro mandato como presidente da Venezuela, em uma cerimônia realizada no Palácio Legislativo Federal, em Caracas. A posse ocorreu em meio a um cenário de intensa divisão política e acusações de fraude eleitoral, com a oposição venezuelana e diversos países questionando a legitimidade do mandato.

Maduro, que assumiu a presidência pela primeira vez em 2013 após a morte de Hugo Chávez, venceu as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024 com 51,97% dos votos, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão controlado pelo governo. No entanto, o resultado foi amplamente contestado pela oposição, liderada por Edmundo González Urrutia, que alegou ter sido o verdadeiro vencedor com base em atas eleitorais divulgadas por sua coalizão.

A cerimônia de posse foi marcada pela presença de poucos chefes de Estado, com destaque para os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e da Nicarágua, Daniel Ortega. A ausência de líderes de países democráticos e a presença majoritária de embaixadores sinalizaram o isolamento internacional do regime de Maduro. Países como os Estados Unidos, a União Europeia, e uma série de nações latino-americanas não reconheceram a eleição de Maduro, com alguns até aumentando sanções contra o governo venezuelano.

Durante o discurso de posse, Maduro prometeu um mandato focado na paz e na soberania nacional, reiterando críticas às sanções internacionais e às supostas tentativas de intervenção externa. Ele também anunciou planos para uma reforma constitucional, visando consolidar o que ele chama de “Estado comunal”, um conceito inicialmente proposto por Hugo Chávez.

Paralelamente, a oposição organizou protestos em várias partes da Venezuela, com relatos de repressão e detenções. María Corina Machado, uma das principais figuras oposicionistas, foi brevemente detida e depois liberada, o que intensificou a tensão política no país. A oposição mantém a pressão internacional para que novos escrutínios eleitorais sejam realizados e reconhecidos como justos e transparentes.

A situação na Venezuela permanece incerta, com Maduro consolidando seu poder em meio a um cenário de crise econômica, migração em massa, e uma oposição que não desiste de lutar pelo que considera ser o respeito à vontade popular. A comunidade internacional continua dividida, com alguns países esperando uma resolução diplomática, enquanto outros se preparam para continuar ou aumentar as pressões contra o governo de Maduro.

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