No último 21 de março, Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial, o prefeito de Magé, Renato Cozzolino, reafirmou seu compromisso com a luta antirracista, destacando avanços significativos na cidade da Baixada Fluminense. Sob sua gestão, Magé tem se tornado um exemplo ao implementar políticas públicas que promovem a igualdade racial, como a inclusão da disciplina de Ensino de História e Cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígena (EHCAI) nas escolas municipais. Este marco, aliado ao recebimento do Selo Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, reconhece o esforço da administração em construir uma educação antirracista sólida e transformadora. É impossível não parabenizar Cozzolino por essa iniciativa, que não só cumpre a Lei 10.639/03, mas também reflete um compromisso genuíno com a superação do racismo estrutural, um desafio histórico no Brasil.
A introdução da EHCAI no currículo escolar dos alunos do 6º ao 9º ano é um passo concreto para desconstruir narrativas eurocêntricas e valorizar a contribuição dos povos africanos e indígenas na formação da identidade brasileira. Além disso, ações como os 21 dias de ativismo contra a discriminação racial, promovidos pela Coordenação de Promoção de Igualdade Étnico-Racial e Diversidade (COPIED), demonstram que Magé está na vanguarda de um movimento que busca justiça social por meio da educação. Renato Cozzolino merece aplausos por liderar essa transformação, mostrando que é possível, sim, avançar na construção de uma sociedade mais igualitária, mesmo em um contexto de recursos limitados e resistências culturais.
No entanto, enquanto celebramos esses avanços, é necessário apontar uma lacuna significativa na política educacional de Magé — e, por extensão, em muitas cidades brasileiras: a ausência de disciplinas voltadas à educação financeira nas escolas. Em um mundo onde a economia dita tantas das oportunidades disponíveis, preparar os jovens para o mercado de trabalho exige mais do que consciência histórica e social; exige também ferramentas práticas para gerir suas finanças e planejar seu futuro. Os adolescentes de hoje, que em breve estarão ingressando no mercado de trabalho, enfrentam um cenário de instabilidade econômica, alta competitividade e desigualdades estruturais. Sem uma base de educação financeira, correm o risco de perpetuar ciclos de endividamento e exclusão, especialmente em uma região como a Baixada Fluminense, marcada por desafios socioeconômicos.
Imagine o impacto se, ao lado da EHCAI, os estudantes de Magé também aprendessem sobre orçamento pessoal, investimentos básicos, crédito responsável e empreendedorismo. Essas habilidades não apenas complementariam a formação cidadã promovida pela luta antirracista, mas também empoderariam os jovens a transformar suas realidades materiais. A crítica aqui não é direcionada apenas a Cozzolino, mas ao sistema educacional como um todo, que historicamente negligencia a educação financeira em prol de conteúdos mais tradicionais. Contudo, como líder jovem e inovador, o prefeito tem a oportunidade de ir além e incluir essa pauta em sua agenda, prospectando um futuro mais próspero para a juventude mageense.
Renato Cozzolino está no caminho certo ao fortalecer a educação antirracista, mas o próximo passo poderia ser igualmente revolucionário: equipar os alunos com o conhecimento financeiro que os tornará agentes de mudança em suas próprias vidas. Magé já é referência em equidade racial; por que não torná-la também um modelo de preparação econômica para os jovens? O prefeito tem em mãos a chance de construir um legado ainda mais completo — e os jovens da cidade certamente agradecerão por isso.
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