Em um passo significativo rumo à redução das tensões no leste europeu, a Ucrânia anunciou, nesta terça-feira, 11 de março de 2025, sua concordância com uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo imediato de 30 dias no conflito com a Rússia. A decisão foi formalizada em uma declaração conjunta entre os dois países, divulgada após intensas negociações realizadas na Arábia Saudita, mas ainda depende da aceitação de Moscou para entrar em vigor.
Negociações e termos do acordo
O acordo emergiu após mais de oito horas de discussões entre uma delegação ucraniana e autoridades americanas, lideradas pelo Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Segundo o comunicado, o cessar-fogo inicial de 30 dias poderá ser estendido por acordo mútuo entre as partes, desde que a Rússia também aceite e implemente os termos propostos. Rubio destacou a importância da iniciativa em uma coletiva de imprensa: “Os ucranianos aceitaram nossa oferta de parar os combates e iniciar negociações que possam levar a uma paz duradoura e sustentável.”
O Secretário de Estado também lamentou as perdas diárias no conflito, reforçando a urgência da medida. “Hoje, amanhã e todos os dias, vidas serão perdidas se não houver um cessar-fogo. A Ucrânia está pronta para parar de atirar e começar a dialogar”, afirmou. Como parte do pacto, os EUA se comprometeram a retomar imediatamente o compartilhamento de inteligência e a assistência militar à Ucrânia, uma decisão que sinaliza um reforço no apoio a Kiev.
Contexto do conflito e ataque recente
O anúncio coincide com um momento de alta tensão no confronto, que já dura mais de três anos desde a invasão russa em fevereiro de 2022. No mesmo dia da declaração, as Forças Armadas Ucranianas relataram ataques a “alvos estratégicos” na Rússia, incluindo a Refinaria de Petróleo de Moscou, responsável por até 50% do fornecimento de diesel e gasolina da capital russa. A ação foi descrita como uma tentativa de interromper o suporte logístico que sustenta as operações militares de Moscou contra a Ucrânia.
Analistas sugerem que o ataque pode ter servido como um último esforço de Kiev para pressionar a Rússia antes de aceitar o cessar-fogo, demonstrando capacidade de resposta mesmo em meio às negociações.
Reações e próximos passos
A proposta ainda enfrenta incertezas, já que a Rússia não se pronunciou oficialmente sobre o tema até o fechamento desta matéria. Especialistas em relações internacionais apontam que a aceitação de Moscou será crucial para o sucesso da iniciativa, mas a postura do Kremlin tem sido de cautela em negociações anteriores. Caso a Rússia rejeite os termos, o conflito pode ganhar novos contornos, especialmente com a retomada do apoio militar americano à Ucrânia.
No cenário interno ucraniano, a decisão foi recebida com otimismo cauteloso. Líderes em Kiev veem o cessar-fogo como uma oportunidade para reorganizar forças e buscar uma solução diplomática, enquanto a população, exausta pela guerra, espera por alívio após meses de intensos combates.
Perspectivas globais
A comunidade internacional acompanha de perto os desdobramentos. Países europeus, aliados da Ucrânia, expressaram apoio à proposta americana, enquanto nações neutras pedem que o diálogo seja priorizado. Para os Estados Unidos, o sucesso do cessar-fogo pode fortalecer sua influência na resolução de conflitos globais, em um momento em que a administração busca consolidar sua política externa.
Por enquanto, o mundo aguarda a resposta da Rússia, que definirá se os próximos 30 dias marcarão uma pausa nos combates ou apenas mais um capítulo na complexa guerra no leste da Europa. A data de 11 de março de 2025 fica registrada como um marco de esperança, ainda que frágil, para a paz na região.
Share via: