O BDS National Committee (BNC), um grupo ativista que lidera o movimento global de boicote, desinvestimento e sanções contra Israel, lançou uma campanha nesta segunda-feira, 7 de abril de 2025, pedindo aos jogadores que boicotem o Xbox Game Pass e todos os jogos associados à marca Xbox. A iniciativa tem como alvo a Microsoft, acusada pelo grupo de fornecer tecnologia de inteligência artificial e serviços em nuvem que seriam utilizados por Israel em operações militares na Palestina.
Em comunicado oficial, o BNC declarou: “A Microsoft lucra com a ocupação e a guerra ao oferecer suporte tecnológico essencial às forças israelenses. Pedimos aos jogadores que suspendam assinaturas do Game Pass e evitem comprar jogos ou acessórios da divisão Xbox até que a empresa cesse seu apoio a essas ações.” O grupo destacou que, embora os serviços da Microsoft sejam amplamente utilizados em diversas áreas, o setor de jogos é um ponto vulnerável onde os consumidores podem exercer pressão direta.
A campanha ganhou tração nas redes sociais, com a hashtag #BoycottXbox circulando entre ativistas e jogadores. O BNC também sugeriu que aqueles que já possuem consoles Xbox evitem compras futuras, como títulos da Xbox Game Studios, Activision, Bethesda e Blizzard — todas subsidiárias da Microsoft. A ação coincide com o recente aniversário de 50 anos da empresa, marcado por protestos internos: no último sábado (05), três funcionários foram retirados de um evento comemorativo após exibirem mensagens contra o suporte da companhia a Israel.
A Microsoft ainda não respondeu oficialmente ao apelo do BNC, mas a controvérsia já divide opiniões. Enquanto alguns jogadores apoiam o boicote como forma de pressão política, outros argumentam que a medida pune injustamente a comunidade gamer e os desenvolvedores que não têm controle sobre as decisões corporativas. “Amo meus jogos, mas não quero financiar guerras. É uma escolha difícil”, disse um usuário no X, refletindo o dilema de muitos.
Analistas preveem que o impacto financeiro do boicote pode ser limitado, dado que o Game Pass representa cerca de 15% da receita da divisão Xbox, segundo estimativas recentes. No entanto, a campanha pode afetar a imagem da marca em um momento em que a Microsoft busca expandir sua presença no mercado mobile e competir com gigantes como Apple e Google. Por enquanto, o embate entre ativismo e entretenimento coloca os jogadores no centro de uma discussão que vai além dos consoles.
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