O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta segunda-feira, 7 de abril de 2025, uma nova iniciativa que prevê a utilização de recursos do Tesouro Nacional para financiar empréstimos a setores estratégicos da economia, gerando debates acalorados sobre o destino do dinheiro público. A medida, batizada de “Programa de Crédito Popular”, visa estimular pequenas e médias empresas, agricultores familiares e projetos de infraestrutura, mas já enfrenta críticas de opositores que a classificam como uma “apropriação” dos recursos dos contribuintes.
Em discurso no Palácio do Planalto, Lula defendeu a proposta como uma forma de aquecer a economia e reduzir desigualdades. “Esse dinheiro não é meu, é do povo brasileiro, e estamos devolvendo ao povo com juros baixos e condições justas para quem mais precisa”, afirmou o presidente. O programa contará com R$ 50 bilhões iniciais, oriundos de uma combinação de reservas orçamentárias e captações no mercado, administrados pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal.
A oposição, liderada por figuras como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), reagiu com veemência. “Lula está emprestando o seu dinheiro para os amigos dele, enquanto o cidadão comum paga a conta com impostos altos”, declarou Bolsonaro em suas redes sociais. Parlamentares do Novo e do PL prometem questionar a legalidade da medida no Congresso, alegando que ela pode violar a Lei de Responsabilidade Fiscal ao comprometer recursos públicos sem garantias suficientes de retorno.
Economistas estão divididos. Para os apoiadores do governo, como Maria Fernanda Coelho, ex-presidente da Caixa, o programa é uma “injeção necessária” em um momento de crescimento econômico tímido, com projeção de 2,1% para o PIB em 2025. Já críticos, como Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, alertam para o risco de endividamento público e inflação, caso os empréstimos não sejam bem geridos.
A população também se manifesta. Em cidades como São Paulo e Recife, pequenos empresários elogiaram a iniciativa, enquanto outros, como o taxista João Silva, de 45 anos, mostram desconfiança: “Quero ver se esse dinheiro vai mesmo pra quem precisa ou se vai parar nos bolsos errados.” O sucesso do programa dependerá da transparência na execução e dos resultados concretos, mas, por ora, a decisão de Lula reacende a polarização sobre o uso dos recursos do país.
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